Dores pelo
corpo, cansaço profundo, dormência nos braços e pernas, crises de enxaqueca e
insônia são apenas alguns dos sintomas da fibromialgia, distúrbio que atinge
cerca de 4 milhões de mulheres brasileiras e não tem cura. A doença corresponde
a 10% das reclamações nos consultórios reumatológicos, afirma a reumatologista
Blanca Elena Gomes, médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, e
só tende a crescer, já que vem perdendo o estigma de doença psicológica e é
cada vez mais acreditada por especialistas.
De cada 10 pacientes com fibromialgia, 9 são mulheres. Não se sabe
a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois
a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. A
idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre 30 e 60 anos. Porém,
existem casos em pessoas mais velhas, crianças e adolescentes.
O fato de a
fibromialgia ser mais frequente em mulheres sugere que os hormônios sexuais
possam ter um papel importante na causa da doença. As mulheres com fibromialgia
parecem ter a gravidade dos seus sintomas aumentados durante o pré-menstrual e
durante a menstruação. Além disso, os sintomas de pacientes com fibromialgia
muitas vezes aparecem ou são agravados durante a menopausa. Outra observação
interessante é que muitas pacientes relatam a remissão de seus sintomas
enquanto estavam grávidas, e o retorno deles entre um e dois meses após o
parto.
Devido ao
fato de que a fibromialgia é mais comum em mulheres do que em homens, alguns
pesquisadores sugerem que o hormônio estrogênio está envolvido nas causas da
fibromialgia. Estudos recentes têm demonstrado níveis elevados de substância P
no cérebro de pacientes com fibromialgia e essas concentrações parecem ser
moduladas por esteróides ovarianos. Além disso, os hormônios esteróides
ovarianos podem afetar a função do sistema de serotonina. No entanto, pouca
correlação com a fibromailgia foi descoberta.
segundo a teoria que o Dr. Paulo Maciel lançou, todos estes fatores
associados levam as mulheres a uma tensão muscular crônica, o que produz ácido
lático e inflamação local, com mais dor e novo ciclo de tensão.
Segundo as pesquisas
que desenvolvemos em um Centro Terapêutico, conclui que as alterações
dos níveis hormonais durante a vida e/ou mesmo durante o
mês (ciclo mensal) e, em alguns casos, também a gravidez e o parto, fazem com
que as mulheres tenham maior propensão a sofrer de Fibromialgia. Uma outra
agravante é que as mulheres toleram permanecer com dor mais que os
homens.
Elas vão
“aguentando” até o dia em que não mais suportam as dores. Como o
nosso sistema esquelético-muscular é semelhante ao funcionamento de
uma máquina, quanto mais problemas ele apresente, e se não forem
corrigidos, mais provocam novos problemas. Por isso, as mulheres,
como são mais resistentes à dor, continuam a realizar todas as suas
atividades sem se importarem com o que estão sentindo,
agravando demasiadamente os seus casos em relação
aos homens.”
Um
interessante estudo de Solange Silva intitulado “Características psicológicas presentes em mulheres portadoras de
fibromialgia”, da Universidade de Guarulhos, serve
também para reflexão:
Observa-se
que 91% das colaboradoras antes de apresentarem o diagnostico de fibromialgia
passaram por perdas dolorosas como por exemplo: morte de filhos, maridos, pais
e apenas 9% não sofreram nenhuma situação significativa antes de ser
diagnosticado. Pode-se observar que 64% das mulheres não estão vivendo estresse
situacional neste momento e 36% apresentam estar vivenciando um momento
estressante. Existe um grande numero de mulheres que estão vivenciando o
estresse situacional, apresentam menos recursos dos requeridos para enfrentar
seus disparadores internos de tensão, ou melhor, essas mulheres estão
sobrecarregada, estão recebendo mais estimulações irritativas do que seus
recursos permitem, dificultando as suas reações diante de uma situação nova e
geralmente funciona melhor em meios rotineiros e previsível.
Quanto mais nova e
complexa for a realidade que enfrentam, mais confuso se sentem, produzindo
condutas ineficazes. Observa-se que 73% das mulheres com fibromialgia
apresentam decisões e condutas ambíguas e 27% suas condutas e decisões são
extratensivo. As mulheres que possuem condutas e decisões ambíguas reflete uma maior
vulnerabilidade diante das dificuldades, pois se trata de indivíduos mais
vacilantes, que necessitam mais tempo para concluir suas tarefas e têm menos
coerência interna, o que torna a sua conduta muito mais imprevisível. A maioria
das mulheres com fibromialgia apresentam Déficit Relacional de 37%.
Conclusões: De uma maneira geral, as pessoas têm um
perfil psicológico desde a infância ou viveram um período com tal
perfil. Normalmente, os fibromiálgicos se caracterizam como pessoas muito
exigentes com si mesmas e com os outros; muito perfeccionistas; consideram-se
mais capazes que os demais para realizar qualquer tarefa; não sabem
aguardar os outros para fazer atividades que o corpo não seria capaz de
realizar sozinho (erguer peso, afastar objetos pesados, etc); têm
uma auto-estima baixa e por isso, se desdobram em tudo o
que fazem e têm muita dificuldade de esperar o momento de sarar
para retornarem à agitação de antes. Obs. Este perfil é para
apenas 60 a 80% dos casos. Os resultados da pesquisa do
Dr. Paulo possibilitam que possamos pensar na fibromialgia como histeria de
conversão, porém está hipótese deve ser investigada mais profundamente.
Fonte: http://drpaulomaciel.com.br/as-doencas/mulheres-fibromialgia-e-outras-doencas/
Nenhum comentário:
Postar um comentário